Jeito londrino

Dezoitinha, que cuidou de mim quando eu era pequena, conta a história de que logo que chegou lá em casa, coisa de um mês, perguntou pra mim, se eu gostava dela. Eu, pelo jeito tosquinha desde sempre, respondi: “Não sei, mal te conheço”. É, eu era uma cabeluda, de sete anos, desdentada, e sabia que pra gostar de algo, é preciso conhecer, e que o resto são inconstâncias sentimentais provisórias.

Esse jeitinho meio ogro sempre me rendeu alguns adjetivos: fria, estranha, distante, diferente, incógnita... Nesse mundinho de amores inventados, de pessoas efusivas e felizes, a esquisita sempre fui eu mesmo, que sou tão calada, não falo de amor quase nada e nem fico sorrindo ao teu lado... (Toca Raul!)

Sem problemas, não tô reclamando. Há tempos me aceito e convivo muito bem comigo, obrigada! E por que esse blá blá blá então? Só pra contar que a minha esquisitice agora tem nome bonitinho. Esses dias, conversando com um amigo no MSN sobre este bloguezinho, ele disse: “que bom que tu escreve, assim tu perde um pouco esse teu jeito londrino”... Hein?! Não entendi! “É, assim meio nebuloso, cinzento, de pouca visibilidade.”

Ah, agora sim... Que linda a analogia! Não sou esquisita, é apenas meu jeito londrino de ser... E viva o eufemismo!